sábado, 8 de junho de 2013

Vende-se partidos, compra-se ideologias

      Não é a toa que as pessoas não acreditam nos políticos e não querem participar das militâncias partidárias. Rotineiramente nos deparamos com escândalos protagonizados por vereadores, deputados, senadores, governadores, ministros, secretários, dirigentes partidários, entre outros agentes públicos. Além disso, a filosofia dos partidos vem sendo colocada em segundo plano. O que se pratica no executivo e no legislativo, bem como as decisões que são tomadas por instâncias partidárias, estão bem distantes do que é estabelecido pelos programas dos partidos. A luta por ideais, princípios, valores dão lugar a busca desesperada por cargos, portarias, prestação de serviços e poder. Ser de direita, de esquerda, de centro ou progressista não significa nada quando pacotes de dinheiro chegam às suas mãos. Políticos profissionais trocam de partido com mais frequência que prostitutas trocam de cliente, seja ele radial extremista de esquerda ou da direita liberal, jovem ou coroa, negro forte ou japonês baixinho, cheiroso ou catinguento. O importante é acertar a conta no final.
      Nesse salve-se quem puder, o que eu quero e garantir o meu lado, os discursos são sempre os mesmos. Todos são do povo, são a favor da família, querem uma cidade para o cidadão, vão fazer o governo da dignidade, lutam pelas minorias, são defensores da natureza... Belos discursos, e só isso. Eu, Roberto Noronha, estou cansado de ver indivíduos com ótimos discursos, mas que não exercem sua cidadania plenamente, não participam dos debates nos devidos lugares, como nos conselhos municipais, nos fóruns ou nas câmaras temáticas de gestão pública. Ambientalistas, conheço muitos de discurso, mas na prática... Tudo jogo de cena para esconder interesses particulares que buscam principalmente poder e dinheiro. E a população, desatenta, acaba comprando estes discursos e depois paga a conta que não queria pagar. Pior é ver isso acontecer dentro de instâncias partidárias. Pessoas bem intencionadas (de discurso) cativam, conquistam, convencem companheiros a entrar no barco da dignidade e alcançar rumos gloriosos (ou seria melhor usar as palavras compram, negociam, fazem acordos, barganhas ou sociedade?). Um grande espetáculo da filhadaputagem. E isso acontece em todos os partidos políticos, garanto!
      Diante desse cenário podre, em que os políticos, de modo geral, são corruptos porque a sociedade, de modo geral, também é corrupta, resta-nos a escolher: a) ser podre; b) ser omisso; c) acreditar que podemos ser diferentes, melhores, e remar contra a maré? Você, leitor, qual é a sua escolha? Eu já sei o que vou fazer: lutarei sempre por uma sociedade melhor e mais justa, mesmo levando porrada e sofrendo derrotas. Para mim, a maior dor é a do silêncio. E o maior prazer é dormir com a consciência tranquila.
Roberto Noronha

Publicado no Blog do Vinícius Peixoto em 30/05/13.

Nenhum comentário: