sábado, 8 de junho de 2013

Marquinhos e Alair: uma ditadura democrática de 20 anos.

Mais do Mesmo
      Sai o café do trabalhador e entra o lanche do operário, sai o cartão cidadão e entra o cartão dignidade, sai a SECAF e entra a COMSERCAF, sai o seis e entra o meia dúzia. Troca-se a capa e mantém-se o conteúdo. MM e AC: o mesmo modelo pernicioso de governar. Uma sociedade de benefícios, ideias e práticas escondida por uma falsa briga que mantém a política cabo-friense polarizada e amarrada na mão de um único grupo.
      Esse Café com Leite Cabo-friense explora de forma irresponsável os royalties do petróleo para manter uma cidade “meia-bomba”, ao passo que enriquece algumas dezenas de sócios desse grande negócio que é governar Cabo Frio.

Cidade meia-bomba
      Vivemos duas realidades no mesmo espaço. O atual governo de 20 anos investe em projetos que, aos olhos dos turistas e dos desatentos, vende uma cidade bacana. E pior, dá uma falsa sensação a uma parcela dos munícipes que está bom, está dando certo.
      Que delicia morar em Cabo Frio. Uma linda praia com uma praça das águas e outra da cidadania, tem ótimos shows free, pago só R$0,50 para andar de ônibus, faço academia de graça, o governo dá o café da manhã, o meu vereador arruma exame médico e remédio pra mim... É o governo da dignidade e a cidade para o cidadão. Está ótimo, né?
      Em contrapartida, muitas residências não tem abastecimento de água, o esgoto é lançado no solo, em rios e lagoas, os serviços de educação e saúde são precários, a segurança pública não existe, os jovens não têm perspectivas, muitos dependem do sistema político-eleitoral para trabalhar (ou só ter renda)... Isso é normal para uma cidade rica? É digno?

Dura realidade
      Resumindo, através de um governo de pão e circo, a população é conduzida a aprovar e renovar um sistema que não investe no desenvolvimento humano, um sistema propositalmente sem transparência e sem participação cidadã efetiva, um sistema administrado a partir de nebulosos acordos, contratos, obras, favorecimentos e enriquecimentos. E os vereadores: peças importantes desse sistema. E a mídia (falada, escrita e virtual): na maioria, dependente de patrocínios do sistema.
      Poderíamos ser uma cidade modelo e termos os melhores índices de desenvolvimento humano, de educação, de segurança... Mas o sistema não permite.

Como mudar?
      Como pode isso tudo acontecer? Porque o judiciário não enxerga o que muitos cidadãos observam rotineiramente? Até que ponto vamos chegar?
      Acredito que tão logo viveremos uma nova e mais justa realidade. Leis como a da transparência e a de responsabilidade fiscal e a de acesso à informação, bem como as políticas nacionais em andamento que obrigam os municípios a atingir metas, estão contribuindo para uma administração pública mais responsável. Além disso, a população, mesmo que lentamente, vai amadurecendo sua cidadania, questionando e participando mais. Vamos chegar lá, acreditem. Divulgar as informações e incentivar a participação são medidas ao alcance de todos. Comecemos imediatamente!

Roberto Noronha

Publicado no Blog do Vinícius Peixoto em 23/05/13.

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