sábado, 27 de fevereiro de 2010

O PLANETA TERRA MOSTRA SUA FORÇA

Por Roberto Noronha Campos

Os sucessivos terremotos ocorridos no Chile, no Haiti e na Indonésia, levando à morte centenas de pessoas, exemplificam o poder de destruição dos fenômenos naturais. Catástrofes estas cada vez mais frequentes, mais intensas e que estão atingindo regiões antes não atingidas. No Brasil, por exemplo, registrou-se recentemente inéditos ciclones extratropicais no litoral de Santa Catarina, fazendo muitas vítimas fatais e centenas de famílias ficarem desabrigadas, levando vários municípios a decretarem estado de emergência. Uma consequência das mudanças climáticas em nosso planeta, impulsionadas pelas atividades humanas.

O homem parece não reconhecer as forças da natureza. Nós agimos com o retrogrado pensamento de que somos o centro do universo e que dominamos o mundo. Enquanto pensarmos assim e continuarmos a ser egoístas, explorando os recursos de modo inconsequente, estaremos a mercê de novas catástrofes ambientais, colocando em risco a existência de nossa espécie.

Fala-se muito no fim do mundo, no apocalipse, mas antes disso acontecer, antes mesmo do fim da vida no planeta Terra, corre-se o risco, o que é até o mais provável, de termos apenas o fim da espécie humana, que apesar de ser a mais evoluída, parece involuir a medida que os anos passam e aumenta a visão capitalista fundamentada na ganância pelo dinheiro e pelo poder em detrimento dos valores morais e da sustentabilidade ambiental.

Precisamos amadurecer, voltar a evoluir. Já não erramos e apanhamos o suficiente? Passamos da hora de mudar, de sermos mais responsáveis, de tomarmos as atitudes necessárias para mudar o sistema. Atitudes estas individuais e coletivas. Cada um pode e deve fazer a sua parte no seu dia-a-dia, mudando seus hábitos e reconstruindo seus valores. As ações coletivas são aquelas feitas pelos nossos representantes políticos, que devem atender as necessidades de sua população. Mas para isso, dependemos novamente de atitudes individuais: o ato da escolha. Devemos também aprender a escolher melhor os nossos representantes, escolhendo aqueles que realmente vão atuar pelo coletivo e não pelo individual.

Tenhamos atitude. Precisamos mudar. O que está em jogo é o nosso bem-estar, a qualidade de vida, o futuro de nossos filhos, a existência de nossa espécie. Lembrem-se das forças do nosso planeta. Estas não perdoam.

A violência, a escola e você

Nenhum professor pode ser desrespeitado em seu trabalho, mas também é nosso papel compreender a realidade ao nosso redor para garantir que os jovens aprendam.

Por Luis Carlos de Menezes

Revista Nova Escola

A onda de violência que atinge escolas no Brasil também é vista em outras partes do mundo. Nos últimos tempos, casos de jovens assassinados em nossas escolas se alternam com notícias de matanças múltiplas em colégios norte-americanos. Mais recentemente, no intervalo de poucos dias, sucederam-se notícias de agressões em que uma professora teve os dentes quebrados, outra teve um dedo decepado, outra ainda os cabelos queimados - e um professor foi morto a tiros.

Nessas horas me vem à mente a lembrança de um amigo de grande sabedoria e humanismo, cuja capacidade de esperança permitia enxergar além do imediato e vislumbrar saídas. Há pouco mais de dez anos, eu o ouvi pela última vez, pelo rádio, entrevistado justamente sobre a violência, que já se agravava. Paulo Freire parecia perplexo, pois a escola era para ele um cenário em que os conflitos são tratados, mas em nenhuma hipótese com agressões. Ao escrever agora sobre esse tema, lembro que meu velho amigo morreu antes que pudéssemos voltar a conversar e reconheço que preciso recuperar a sintonia com minhas heranças humanistas para propor ações em que a dimensão pedagógica se sobreponha à repressiva.

Sabemos que nenhuma escola é uma ilha, mas parte da sociedade. E no nosso caso essa sociedade tem-se embrutecido de forma espantosa. O roubo, o tráfico, a corrupção, o desrespeito e o preconceito levam a atos violentos e criminosos. Para recompor valores deteriorados e conseguir preparar os jovens para a vida, a escola não pode ignorar a violência em suas próprias práticas e precisa trazer as questões do mundo para a sala de aula.

Alunos agredidos, livros roubados, alunas assediadas, funcionários humilhados, ofensas entre professores e alunos. Todos esses são exemplos de situações internas à escola que precisam ser enfrentadas com a mesma firmeza com que debatemos a violência do mundo em geral. Do contrário, nosso papel formador não será cumprido. Tudo no ambiente escolar tem caráter pedagógico. Compreender como o abuso do álcool ameaça quem está ao volante (e também quem está nas ruas e no convívio doméstico), desenvolver projetos que mostrem como a intolerância, a injustiça e o preconceito resultam em violência (tanto entre nações como entre pessoas), estabelecer paralelos entre o que se vive na escola e o que se vê fora dela são apenas alguns exemplos de como não fugir dessa difícil questão.

Numa sociedade violenta, a escola deve se contrapor abertamente à cultura de agressões. Acredito que as situações que dizem respeito a questões internas devem ser tratadas nos conselhos de classe, identificando responsabilidades, garantindo reparações e promovendo formação. Mas a atitude firme contra a violência deve antecipar-se aos fatos como parte do projeto educativo. Turmas de alunos e novos professores devem ser recebidos a cada ano com um diálogo de compromisso, que apresente e aperfeiçoe as regras de convívio, para que não se desrespeitem os mestres em seu trabalho nem os jovens em seu aprendizado. Como meios e fins devem ser compatíveis, são necessários tempo e instalações, especialmente previstos para o convívio, pois quem é tratado como gado ou fera, enquadrado em carteiras perfiladas ou coletivamente abandonado em pátios áridos, mais facilmente vai se comportar como gado ou fera.

Brasil: 2º país que mais usa transgênicos

No período de 1996 a 2008, os ganhos econômicos com a adoção de transgênicos foram de 51,9 bilhões de dólares, com a redução nos custos de produção e os ganhos de produtividade.


SÃO PAULO - O Brasil ultrapassou em 2009 a Argentina e se tornou o segundo país que mais usa produtos agrícolas geneticamente modificados no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, informou hoje a ISAAA, órgão internacional que acompanha a adoção de produtos transgênicos.


O Brasil plantou no ano passado 21,4 milhões de hectares com produtos transgênicos, apenas 100 mil hectares a mais do que a Argentina, disse o presidente da ISAAA, Clive James, em teleconferência. Os EUA lideram com folga a adoção de produtos alterados geneticamente, com 64 milhões de hectares.


E na avaliação de James há espaço para um crescimento ainda maior na adoção de transgênicos no Brasil.


"A soja Roundup Ready (tolerante ao herbicida glifosato) vai crescer em 2010 ante 2009. Hoje vocês plantam quase 23 milhões de hectares (ao todo, incluindo o produto convencional), e houve 71% de adoção do Roundup Ready em 2009. Há espaço para aumento significativo", declarou ele durante a teleconferência.


A soja domina o cultivo de transgênicos no Brasil e Argentina, mas o crescimento do uso de lavouras geneticamente modificadas no país no ano passado foi liderado pelo milho.


A área do milho Bt cresceu 3,7 milhões de hectares, o equivalente a aproximadamente 400% sobre 2008, e foi de longe o maior aumento absoluto para qualquer cultura GM em qualquer país em 2009, segundo relatório da ISAAA (sigla em inglês para Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia).


Dos 21,4 milhões de hectares semeados no Brasil (com todos os produtos, soja, milho e algodão), 16,2 milhões de hectares foram plantados com soja transgênica, com patente da Monsanto.


O Brasil cultivou na safra passada cerca de 14 milhões de hectares com milho, sendo que 5 milhões de hectares com o produto transgênico Bt, resistente a insetos, de acordo como órgão.



A adoção do milho transgênico só foi aprovada mais recentemente no Brasil. A soja e o algodão alterados já são plantados há mais tempo.



"Milho, vocês são os terceiros produtores no mundo, e como você sabe o milho é cultivado em duas safras no Brasil, há uma oportunidade de crescimento na safrinha, mas também na safra de verão", declarou ele.


Segundo dados do ISAAA, foram cultivados 145 mil hectares com algodão transgênico no Brasil, dos quais 116 mil do produto Bt e 29 mil tolerante a herbicida.


A área total com algodão no Brasil superou 800 mil hectares na temporada passada.


"No algodão também há mais oportunidades para crescimento, mas o mais importante é olhar além, e ver produtos que estão vindo", disse James, citando uma soja transgênica desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Basf, recentemente aprovada para uso comercial.


Ele prevê que o novo produto da Embrapa/Basf esteja disponível em 2010/11. "É um bom exemplo de como o setor privado e setor público podem atuar juntos", afirmou, lembrando que na China entidades públicas também estão desenvolvendo tecnologia transgênica.



Segundo a ISAAA, as avaliações de impacto mundial das culturas transgênicas indicam que, no período de 1996 a 2008, os ganhos econômicos com a adoção de transgênicos foram de 51,9 bilhões de dólares, com a redução nos custos de produção e os ganhos de produtividade.


Além disso, disse a organização, "teriam sido exigidos 62,6 milhões de hectares adicionais para produzir a mesma quantidade, não tivessem sido empregadas as culturas GM".


Durante o mesmo período, de 1996 a 2008, a redução de defensivos foi avaliada em 268 milhões de kg de ingredientes ativos, uma economia de 6,9%.


A entidade defende o uso de transgênicos também em relação a emissões. Segundo ela, em 2008, a redução da emissão de CO2 na atmosfera com as culturas transgênicas é estimada em 14,4 bilhões de kg de CO2, equivalente à remoção de 7 milhões de carros das ruas.



Fonte: INFO Online.

O lixão dos mares


Três milhões de toneladas de detritos concentrados em um ponto do Pacífico sinalizam o impacto devastador da ação humana sobre os oceanos


Vista do espaço, a água predomina na Terra. Os oceanos cobrem 71% da superfície do planeta, com profundidade média de 3.795 metros. Todas as elevações da terra exposta poderiam facilmente ser escondidas nas profundezas dos mares. É difícil acreditar que a poluição humana seja capaz de ameaçar tal imensidão. O mesmo tipo de incredulidade pode ocorrer diante da grandeza da Floresta Amazônica. Quando se pensa que o solo amazônico é frágil e que, pouco enraizadas, as árvores dependem umas das outras para se manter em pé, percebe-se mais facilmente o perigo representado pelo desmatamento. Há similitudes com o mar. Vastas áreas do leito marinho são de terra estéril, pouco capaz de sustentar a vida. Para sobreviverem e prosperarem, os animais marinhos dependem de nichos ecológicos ricos em alimentos e biodiversidade. Os recifes de corais, verdadeiros viveiros marinhos, são um exemplo bem conhecido. Quando a ação predatória da humanidade avança sobre esses nichos de biodiversidade ou depreda os estoques de peixes comerciais, está colocando em risco a cadeia alimentar marinha. Os oceanos são imensos — mas o ritmo da poluição causada pela ação humana é intenso. A Grande Mancha de Lixo, como é chamada a sopa de detritos no Oceano Pacífico, é exemplo do que se pode fazer para estragar o mar. A 2.000 quilômetros do litoral do Havaí, entre o arquipélago e a Califórnia, ela constitui o maior dos depósitos marinhos de lixo. Ali, pedaços de plástico, restos de redes de pesca, roupas, garrafas e uma infinidade de detritos produzidos pelo homem superam em seis vezes o peso total dos zooplânctons, os organismos minúsculos que estão na base da cadeia alimentar marinha. São 3 milhões de toneladas de lixo, uma quantidade que São Paulo leva seis meses para produzir. Depósitos flutuantes de lixo são um fenômeno natural formado pelo movimento circular das correntes marinhas, os chamados giros oceânicos. Já a Grande Mancha de Lixo, que pode ser avistada de avião, é o sinal de degradação ambiental. O impacto nefasto da ação humana sobre os oceanos se dá de várias formas. Aqui estão as mais significativas:

Poluição — A face mais conhecida da sujeira lançada ao mar são os 4,5 milhões de toneladas de petróleo que vazam por ano nos oceanos. Os danos causados pelos resíduos sólidos são igualmente intensos. Cerca de 70% dos sacos plásticos, latas, garrafas e pneus são depositados no fundo do mar. O restante navega pela superfície ou fica preso nos grandes giros oceânicos. Esses lixões são devastadores para a vida marinha. Golfinhos, focas e tartarugas ficam presos em redes de pesca e morrem sufocados. Peixes e pássaros engolem pedaços de plástico e de metal e também perdem a vida. Estima-se que o lixo acumulado nos mares seja o responsável direto pela morte de 1 milhão de aves e mamíferos marinhos por ano. Quase todo esse lixo chega aos oceanos levado pelas águas dos rios ou é arrastado pela maré de praias emporcalhadas. São despejadas 675 toneladas de resíduos sólidos por hora no mar — e 70% desse total é constituído de objetos feitos de plástico. Mesmo quando não há mar, não existe praia limpa: em todo o mundo, entre 5% e 10% da areia litorânea é formada por pellets — bolinhas de meio centímetro de diâmetro que servem de matéria-prima para a indústria de plásticos. Ingeridos por peixes, crustáceos e moluscos, esses pellets afetam a alimentação humana.



Fonte: Revista Veja.

Iceberg gigante se rompe da Antártida e ameaça mudar correntes marítimas

Um vasto iceberg que se descolou do continente Antártico depois de ser abalroado por outro iceberg gigante pode causar alterações nas correntes marítimas do planeta e no clima, alertaram cientistas.

Pesquisadores australianos afirmam que o iceberg - que tem aproximadamente a metade do tamanho do Distrito Federal e está flutuando ao sul da Austrália - pode bloquear uma área que produz um quarto de toda a água densa e gelada do mar.

Segundo os cientistas, uma desaceleração na produção desta água densa e gelada pode resultar em invernos mais frios no Atlântico Norte.

Neal Young, um glaciologista do Centro de Pesquisa de Ecossistemas e Clima Antártico na Tasmânia, disse à BBC que qualquer interrupção na produção destas águas profundas super frias na região pode afetar as correntes oceânicas e, consequentemente, os padrões de clima ao longo de anos.

"Esta área é responsável por cerca de 25% de toda a produção da água de baixo na Antártica e, portanto, irá reduzir a taxa de circulação de cima para baixo", afirmou Neal Young.

"Você não irá ver isso imediatamente, mas haverá efeitos corrente abaixo. E também haverá implicações para os pinguins e outros animais selvagens que normalmente usam esta área para alimentar-se", completou.

Água aberta

O iceberg está flutuando em uma área de água aberta cercada de gelo do mar e conhecida como polinia.

A água gelada e densa produzida pela polinia desce para o fundo do mar e cria a água densa salgada que tem papel-chave na circulação dos oceanos ao redor do globo.

Benoit Legresy, um glaciologista francês, afirmou que o iceberg descolou-se da Geleira Mertz, uma língua de gelo saliente de 160 km na Antártida Leste, ao sul de Melbourne.

O iceberg foi deslocado pela colisão com outro iceberg maior e mais velho, conhecido como B-9B, que rompeu-se em 1987.

"A língua de gelo já está quase quebrada. Ela está pendurada como um dente frouxo", afirmou Legresy.

"Se eles (os icebergs) ficarem nesta área - o que é provável - eles podem bloquear a produção desta água densa, colocando essencialmente uma tampa na polinia", acrescentou.

Fonte: UOL Ciência